segunda-feira, 1 de julho de 2013

JERÔNIMO, O HOMEM QUE VOOU

Jerônimo chegou muito contente do trabalho, pois tinha acabado de receber uma promoção, e sua esposa estava terminando de fazer o jantar, sua filha estava no quarto navegando pelas redes sociais e o seu filho estava brincando com o cachorrinho que havia ganhado no aniversário. Foi depois do jantar que Jerônimo percebeu pela primeira vez um estranho fenômeno. Era uma dor muito forte em suas costas, sua cabeça girava, quando tentou sair da mesa caiu no chão e sua esposa Marisa ficou desesperada.
Saiam de suas costas asas, seu rosto começou a transforma-se, seus braços já estavam cheios de penas. Jerônimo então começou a voar pela casa, derrubando a mesa, quebrando o lustre, e não parava de voar. Isso durou por alguns instantes e então voltou a sua forma normal então, Jerônimo achou  melhor que sua esposa não comentasse nada com seus filhos.
Tal acontecimento voltou a ocorrer uma semana depois e não sabia se ligava para o médico ou para o veterinário. Foi examinado pelos dois, sua boca transformava-se em um bico estava começando a incomodar, sua mão começava a ficar com penas novamente e suas unhas estavam enormes.
O fato passou a ser rotineiro: duas vezes ao dia, em instantes estava metamorfoseando. Às seis horas da manhã, saiu para o quintal, olhou para o céu e desejou estar lá em cima, de repente, suas asas começaram a nascer, seus pés saíram do chão, começou a transformar-se e quando percebeu avistou sua a casa de cima, as casas dos vizinhos e todo o seu bairro. Era seu primeiro voo, sentiu o vento pelo seu corpo e pela primeira vez foi tomado pela sensação de liberdade.
Suas asas o levaram para longe e passou vários meses voando, conheceu outros pássaros e lugares jamais imaginados, sua vida estava transformada. Certo dia ele voltou para sua casa, parou em uma árvore no quintal de sua casa, por alguns instantes, suas penas voltaram a forma humana e todo seu corpo. Jerônimo desceu da árvore e sua família o encontrou caído, pois não tinha força suficiente para ficar em pé.  
Marisa o levou até o hospital, no relatando o fato ocorrido, os médicos acharam o fenômeno muito estranho, o internaram e Jerônimo ficou sendo investigado por várias semanas.

Um ano se passou e Jerônimo já havia voltado à vida normal, trabalho, casa, contas para pagar, cuidar dos filhos e da esposa.  Todo fim de semana ele ia para o sitio na estrada, onde ficava com sua família, lá ele se sentia bem e relaxava a mente depois de uma semana cheia de trabalhos. Quando estava próximo de um igarapé ao ouvir pássaros cantando e voando de galho em galho, Jerônimo voltou a sonhar com a liberdade e foi então que deu um grande impulso com os pés, bateu as asas e voou.

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